Sei bem que, se há coisa que o blog não está, é actualizado! Há uma imensidão de dias sobre os quais ainda vos quero escrever que envolveram actividades, aventuras e viagens deste meu percurso de SVE. Mas, o tempo voa - literalmente - (como já o disse muitas vezes) e não tenho conseguido escrever como desejava. Contudo, acredito que será nas férias de Natal que irei conseguir actualizar os dias do meu percurso e criar mais conteúdo para o blog. 

No entanto, mesmo se há coisas que ainda estão por escrever, não posso deixar de assinalar estes três meses de aventura! Lembro-me do dia em que cheguei e do primeiro impacto que tive com a vista do mesmo quarto. Lembro-me de dizer a mim mesma que era ali que começava uma das maiores experiências da minha vida. E não me enganei! 

Já se passaram três meses em que os dias voaram. As horas passaram a ser poucas para tudo o que preciso e quero fazer. Os sentimentos já foram muitos. Já passei pela chamada "curva do voluntario" em que ficamos mais sensíveis, mais tristes e mais desanimados. Mas, nessa altura, tive ao meu lado pessoas que, quer perto ou longe, me ajudaram a superar essa fase. Já fiz a minha primeira grande viagem de turismo pela França e vivi o espírito natalício ao máximo. Já experimentei comidas que nunca tinha comido. Já pus as mãos na massa e fiz Tagliatelle. Já chorei de tanto rir. Já falei em público algumas vezes e em todas elas continuo a ter borboletas na barriga. Já aprendi tanto sobre os outros e, principalmente, sobre mim própria. 

Apercebo-me de que foram três meses imensamente ricos de vivências. Três meses em que a minha vida conheceu uma outra realidade, em que dei por mim a saborear pequenas coisas que, anteriormente, se tinham tornado tão banais. Três meses em que percebi que a saudade é inexplicável e simplesmente se sente. Três meses em que tudo foi diferente daquilo que alguma vez tinha vivido e, acima de tudo sei que, se assim é, deve-se ao facto de ter tido a coragem de vir. E isso, ainda nunca me arrependi de o ter feito! Afinal, já vivi mais aqui do que poderia ter vivido anos e anos se tivesse ficado onde estava... Foram três meses imensamente bons e enriquecedores! Agora que venham os restantes - apenas - nove meses que faltam ♥

Normalmente, duas vezes por mês passo as tardes no “acolhimento”. É uma tarefa que é dividida por toda a equipa e os voluntários são convidados a fazê-la em conjunto com um dos colaboradores. No dia cinco de Outubro realizei a primeira e posso dizer-vos que o feedback foi muito positivo!

Na verdade, esta é uma daquelas tarefas que nos proporciona um maior contacto com o público em geral. Faz-se de tudo um pouco: desde tirar fotocópias, impressões, dar apoio na utilização dos computadores públicos, informar das opções de formações existentes, orientar na procura de trabalho, partilhar possíveis opções de alojamento… Visto que o CRIJ é um centro de informação regional para jovens, a informação que por aqui se encontra é vasta. Mas, agora que penso… ainda não vos apresentei oficialmente o meu local de trabalho e isso fica para um próximo post!

Assim sendo, voltando a estas tardes, esta é uma daquelas actividades que me deixa sempre (ainda) um pouco mais feliz e realizada. Porque, na verdade, nunca nada é igual à anterior. As pessoas podem, ou não, ser as mesmas, mas os pedidos de informação irão, à partida, ser diferentes. E é sempre bom sentirmos que fizemos a diferença no dia de alguém. Que explicamos algo de novo, que partilhamos conhecimentos ou que ajudamos uma pessoa que, no final, nos esboça um sorriso e nos diz um alegre merci!.


Além disso, estas tardes são um “escape” à rotina, onde as horas voam - literalmente - e onde vamos vivendo bons momentos de boa-disposição. Porque, inevitavelmente, existe sempre a pessoa que nos pede as coisas mais absurdas, o conquistador que nos pergunta o nome e se estamos interessadas em tomar um café ao final do dia, o filho que se faz acompanhar pela mãe em busca de um trabalho que ele não tem a mínima vontade de fazer ou até o simples facto de termos um acordeonista que está na rua e teima em tocar a mesma música durante uma tarde inteira. São tardes felizes, essa é a verdade! Tardes que valorizam ainda mais o trabalho de cada um e o trabalho do Centro do qual me orgulho, cada vez mais, de fazer parte! Afinal, o contacto com o público, traz-nos sempre o lado mais pessoal e humano de todos os trabalhos.

1 // A vila respira historia

Poitiers é uma vila de traços medievais que teve, outrora, grande importância na história francesa. Foi inclusive aqui que viveu Leonor d’Aquitaine, que foi uma das mulheres mais ricas e poderosas da Idade Média e rainha de França e Inglaterra! Por isso, basta dar um passeio pelas ruas da vila e espreitar os edifícios para que encontrarmos história em todo o lado. E isso é algo de que gosto muito porque dá-me sempre a sensação de que há algo mais a ser descoberto! 

2 // Tudo é moda

Se há coisa que achei totalmente diferente de Portugal e, ainda mais concretamente do local onde vivo, é que aqui tudo é moda! Aqui cada um veste o que quer sem ter qualquer receio de receber um olhar mais indiscreto. Basicamente, tudo é moda e nada é motivo de comentário ou olhar. Reinam as conjugações de cores e padrões, os modelos mais estranhos são os mais atractivos, as meias são para ser usadas com bonecos, flores e riscas e os casacos dos pais saem todos à rua no corpo das filhas. Tudo vale mas o que mais gosto é que, nada é demasiado estranho para eles! Só me falta habituar a tudo isto não é?

3 // Os cabelos azuis, nas mulheres & loiros platinados, nos homens, são o furor 

Já perdi a conta ao número de mulheres que vi de cabelos azuis e de homens que teimam em ter os cabelos pintados em loiro platinado. É, de facto, a grande tendência mas não me peçam para compreendê-la. Respeito mas, é assim tão anormal ter um cabelo normal? E os estragos que as tintas fazem nos cabelos?

4 // Acordar com sol é um privilégio

Pois bem, para quem vem de um país solarengo como Portugal, ainda hoje não estou habituada a este tempo cinzento que, por vezes, teima em aparecer. Por isso, quando há uma daquelas manhãs em que espreito pela janela e vejo o sol a brilhar fico super feliz! Poder acordar com raios de sol passou a ser um privilégio e é exactamente nestes momentos que passamos a dar valor ao que sempre tivemos.

5 // A vida é cara

Comparado com Portugal há certas coisas por aqui tem preços absurdos. Já percebi que os frescos como a fruta, os legumes, o peixe e a carne são produtos que se encontram a preços muito mais elevados do aqueles a que estava habituada. Além disso, um simples café ronda entre 1,50€ - 2,00€. Por outro lado, se há coisa que aqui é a um preço bem mais acessível do aquele que é praticado em Portugal são os produtos já preparados, uma vez que os franceses são adeptos de comidas rápidas e já preparadas. Mas, no geral, viver em França é bem mais caro do que viver em Portugal, mesmo que os salários sejam mais elevados. Ou seja, na minha opinião, em Portugal vivemos com menos, mas melhor!

Afinal, em menos de dois meses já trago comigo algumas novas descobertas não? Agora resta-me continuar a abraçar tudo o que ainda vier!

Foi no dia vinte e seis de Setembro (eu sei que já foi à imensooo tempo) que vivi uma nova actividade no CRIJ. Aquando da entrevista via skype já me tinham falado que ela existia e admito que estava um pouco ansiosa por vivê-la!

Trinta e um dias. Um mês. A brincar, num abrir e fechar de olhos, já passou. E custa-me sinceramente, encontrar as palavras certas para vos tentar explicar tudo o que este mês foi na minha vida! Ainda no outro dia estava em Portugal, a imaginar como tudo isto seria e hoje, estou a quilómetros de casa, com a certeza absoluta de que estou no sítio certo. Porque, por muitas outras coisas que este mês já me deu, saber que, em momento algum, desejei voltar para casa e abandonar toda esta experiência é, sem dúvida, dos melhores sentimentos que guardo!

Foi exactamente há um mês que embarquei naquela que tem sido, até ao momento, a maior aventura da minha vida. Voltei à minha terra-natal e, para isso, coloquei a Espanha entre o país no qual sempre vivi e o país que me acolheu. Percorri quilómetros de estrada e esta foi uma daquelas viagens que não esquecerei!

Depois desta tarde, em que aproveitamos para conhecer melhor a vila que nos acolheu surgiu, numa conversa de bar, acompanhados de cervejas, ao final do dia, a ideia de fazermos um jantar conjunto. Passarmos uma noite na residência, à volta de boa comida e umas garrafas de vinho. Ora, rapidamente decidimos o que seria o jantar e seguimos às compras.

No fim-de-semana dos dias 16 e 17 de Setembro celebraram-se as Jornadas Europeias do Património e nós, por cá, aproveitamos para dar uma breve volta por Poitiers e ver algumas coisas. A ideia era ter aproveitado tudo melhor, mas por entre os deveres de cada um e a vontade de querer aproveitar o pouco sol que ainda havia acabamos por visitar somente dois monumentos da vila. Mas, posso desde já dizer-vos que foi um Sábado muito, muito feliz! 

Não era bem assim que tencionava iniciar os post's neste blog mas, devido a circunstâncias da vida de quem muda a sua própria vida para outro país, do tempo e das falhas nas novas tecnologias, é hoje que o blog efectivamente nasce - apesar de já há algum tempo estar a ser preparado. E hoje porque, por estes, celebra-se a sobrevivência à primeira semana de EVS! Sobrevivência que, neste caso, nada disso teve. Afinal, posso até afirmar que foi uma vivência rápida, saudável e muito feliz!